O toque que pode salvar vidas: A dificuldade dos homens aceitarem assistência preventiva em um bairro da cidade de Bayeux – PB

Abstract

Este estudo analisou aspectos subjetivos e objetivos da busca pela saúde masculina através da rede pública, tendo como foco o atendimento básico e os meios preventivos ao câncer de próstata. Partiu-se do Objetivo Geral que foi analisar os aspectos envolvidos na procura pela assistência médica, em caráter preventivo, em especial ao câncer de próstata, por homens do bairro Imaculada Conceição, na cidade de Bayeux- PB, na área de abrangência do Programa Estratégia Saúde da Família. Assegurada pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, a prevenção nem sempre é adotada pelo público masculino, criando esse sujeito uma resistência, em consonância com vários fatores sociais, culturais que estão relacionadas na sua vida particular e cotidiana. Essa atitude de resistência e rejeição dificulta a adoção de práticas de auto cuidado, pois à medida que esse sujeito é visto como viril invulnerável e forte, dificulta à procura ao serviço de saúde, numa perspectiva preventiva, por medo de ter sua figura associada ao universo feminino. O caminho metodológico escolhido foi a entrevista semiestruturada, através de pesquisa de campo de natureza descritiva, pela qual foram coletados os dados junto a 15 entrevistados entre 30 e 45 anos. Na definição das categorias de análise, as respostas foram lidas exaustivamente e submetidas à analise de conteúdo com a finalidade de destaque dos pontos relevantes das categorias temáticas, tendo em vista a ordem do questionário. Concluiu-se que há busca do atendimento básico, mas não se relaciona a preocupações com as questões de prevenção, contudo há um distanciamento da população de homens pela precariedade dos serviços de saúde ofertados. Os mesmos informam que na comunidade não existem campanhas informativas sobre a saúde do homem, conhecem o toque retal como uma das formas de diagnóstico e têm como representações simbólicas o preconceito/ vergonha ou pudor, o que também contribui para que não procurem os serviços de saúde de modo sistemático e, portanto, corram riscos de desenvolver o câncer de próstata ou de não tratá-lo adequadamente.