Prevalência de enteroparasitoses e sua relação com a origem da água de consumo humano, na comunidade de Uruçu – São João do Cariri – PB

Abstract

O presente estudo teve como objetivos identificar a origem da água de consumo humano em propriedades rurais; verificar a relação entre a prevalência de enteroparasitoses com a origem da água utilizada para beber; avaliar o papel da água utilizada como fator de risco à saúde dos consumidores; apontar qual fonte de água consumida oferece menor risco à saúde da população; e propor medidas preventivas para possíveis problemas identificados. Trata-se de um estudo descritivo e ecológico. A amostra foi composta por 51 famílias e 153 pessoas as quais responderam um questionário semi-estruturado, contendo questões a cerca da água consumida pela família, estes foram analisados e confrontados com literaturas sobre a temática; e realizaram o exame parasitológico de fezes e assinaram o TCLE. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UEPB. Foi observado que a maioria das famílias, 96%, faz uso de cisternas para armazenar a água destinada as atividades diárias, destas 69,4% são abastecidas pela água da chuva. Com relação à água utilizada para beber foi constatado que 46% dos pesquisados bebem água captada da chuva, 28% água dessalinizada, 14% de carropipa e 12% usam outras fontes. Analisando os parasitológicos de fezes, foi averiguado que 58,2% dos casos foram positivos, destes 25% Entamoeba histolytica + Entamoeba coli, 21,4% Endolimax nana e Entamoeba coli cada, 19% Giardia lamblia e 11% Entamoeba histolytica. Quando relacionado os resultados dos parasitológicos de fezes com a origem da água usada para beber foi observado que 61,9% das pessoas que consomem água proveniente de carro-pipa apresentaram casos positivos. Observando a prevalência dos microorganismos de acordo com o tipo de água consumida, foi verificado biparasitismo Entamoeba histolytica + Entamoeba coli (27,9%) nos que bebem água da chuva; Giardia lamblia e Entamoeba coli ambos com (38,5%), nos que bebem água trazida por carro-pipa; nos que consomem água dessalinizada a maior parte foi do biparasitismo Entamoeba histolytica + Entamoeba coli (36,5%) e por fim, Endolimax nana e Entamoeba histolytica ambos com (36,4%) nos que consomem água de outras fontes. Os resultados obtidos no presente estudo levam a considerar que existe relação entre a prevalência das enteroparasitoses com a origem da água consumida; que a água consumida no meio rural oferece riscos à saúde, porém o consumo de água dessalinizada minimiza estes riscos. Acredita-se que o desenvolvimento de um trabalho de educação sanitária para a população do meio rural, é uma ferramenta necessária para minimizar o risco de ocorrência de doenças de veiculação hídrica.