Mediatização de direitos sociais: uma análise acerca dos desafios colocados ao assistente social na Emergência Psiquiátrica de Campina Grande - PB

Abstract

No decorrer da história, os portadores de transtorno mental foram segregados em instituições asilares, excluídos do convívio social e familiar, não sendo considerados cidadãos. Entretanto, a partir da Reforma Psiquiátrica está em curso uma ruptura com o modelo psiquiátrico asilar, substituindo gradualmente os manicômios por novos serviços que visem a autonomia e ressocialização dos portadores de transtorno mental. Estes serviços substitutivos configuram-se como importantes espaços sócio-ocupacionais para o assistente social. Neste sentido, o interesse pela temática da Saúde Mental surgiu das observações feitas no campo de estágio, levando-nos à realização de uma pesquisa que teve por objetivo geral analisar os desafios que se colocam ao assistente social na tentativa de mediatizar direitos sociais na Emergência Psiquiátrica de Campina Grande – PB, e por objetivos específicos: identificar como os direitos sociais dos usuários se apresentam no cotidiano dos assistentes sociais que atuam na Emergência Psiquiátrica; verificar o conhecimento dos familiares dos usuários da Instituição acerca dos direitos dos mesmos; conhecer os meios utilizados pelos assistentes sociais na tentativa de mediatizar direitos sociais; discutir os limites e potencialidades colocados para a mediatização dos direitos sociais dos usuários no cotidiano profissional dos assistentes sociais. O presente Trabalho de Conclusão de Curso é resultado da referida pesquisa, que teve como sujeitos 02 assistentes sociais e 10 familiares de usuários da instituição. Tratou-se de um estudo de caso com abordagem qualitativa, realizado no período de junho/julho de 2012. Teve como técnica de coleta de dados a entrevista semi-estruturada e para tratamento dos mesmos, a análise de conteúdo. Dentre os resultados obtidos destacamos a ausência da família na vida do portador de transtorno mental, a falta de intersetorialidade na política de Saúde Mental no município e as precárias condições de trabalho do assistente social, são os principais empecilhos para o assistente social realizar um trabalho de mediatização de direitos sociais.