Avaliação do grau de conhecimento dos acadêmicos de Odontologia sobre osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bisfosfonatos

Abstract

Os Bisfosfonatos são análogos sintéticos e estáveis do pirofosfato, sendo utilizados em duas formas de administração: via oral e intravenosa. Sua utilização é cada vez mais frequente no tratamento de metástases ósseas, doença de Paget da mama e osteoporose. Sua correlação com a osteonecrose dos maxilares é bem estabelecida na literatura e aponta que o principal fator desencadeante é a disfunção no processo fisiológico de reparação óssea. O objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de conhecimento dos acadêmicos dos cursos de odontologia das instituições de ensino superior públicas e privadas do estado da Paraíba sobre osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bisfosfonatos. Tratou-se de um estudo transversal, com uma abordagem quantitativa, por meio de um questionário estruturado e aplicado aos acadêmicos. O mesmo analisou o conhecimento, atitudes e práticas, no que diz respeito ao uso dos Bisfosfonatos e sua relação com a Osteonecrose dos maxilares. A maioria dos acadêmicos relatou não ter conhecimento à cerca de drogas do grupo de bisfosfonato (n = 134; 62,6%) e não conhecer a complicação oral associada ao uso desta droga (n = 153; 71,5%). Dos que responderam conhecer a complicação oral dos BFs, apenas 37 alunos (17,3%) acertaram que a complicação oral associada ao uso de bisfosfonato é a osteonecrose dos maxilares. Apenas 11,7% afirmaram reconhecer os fatores desencadeantes e 8,9% assinalou que sabia qual o tratamento desta complicação. Quando aplicada a análise bivariada constatou-se que a maioria dos alunos que responderam ter conhecimento sobre bisfosfonatos foi de Instituição de Ensino Superior Pública (70%) e somente 30% alunos das IES particulares com uma diferença estatisticamente significativa (p=0,032), o mesmo foi observado quando responderam sobre a complicação oral dos bisfosfonatos: 72,1% dos acadêmicos das IES públicas responderam corretamente e 27,9% dos acadêmicos IES privadas (p=0,031). Conclui-se que existe a necessidade de uma maior ênfase no ensino desta patologia em nível de graduação tanto nos cursos das IES pública e principalmente nas instituições privadas.