A forma da materialização do discurso religioso do poder em As Brumas de Avalon: o prisioneiro da árvore

Abstract

Ao perpassar os séculos, a literatura é considerada com um meio de representações do imaginário do ser humano, desde muito tempo o homem buscou suas significações e as suas ressignificações, assim, a literatura permite uma exposição de pensamentos, vivências, experiências, denúncias, que somente através da literatura dependendo do tempo é possível serem expostos. As produções literárias nos auxiliam a organizar determinados pensamentos, pois ampliamos nosso entendimento sobre respectivos assuntos. É na expectativa de encontro do ser real com o imaginário, muitas vezes, os indivíduos acabam se identificando com os personagens ficcionais, na necessidade de ressignificação do homem no mundo e na busca do entendimento de sua própria existência, valores e costumes. propomos neste trabalho de conclusão de curso compreender a atuação dos diferentes mecanismos em que se dá o discurso presentes na obra As Brumas de Avalon, especificamente, o quarto volume intitulado O Prisioneiro da Árvore, da escritora americana Marion Zimmer Bradley, partindo de um estudo analítico da obra, envolto à personagem feminina Morgana que exerce a voz narrativa na obra, tem seu discurso voltado em defesa da antiga religião de Avalon.Para tanto, fundamentamos este trabalho sob à luz do pensamento de Foucault (1996), Revel (2005), Maingueneau (2015), Orlandi (2009) e Gregolin (2006). A análise nos mostrou que a narrativa tem como voz a personagem Morgana, conhecida como Morgana das Fadas, meio fada e meio bruxa e, assim, toda a história se desenvolve através dessa perspectiva feminina, a história do Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda, as mulheres se destacam na narrativa, Morgana irmã de Artur tem papel fundamental tanto na consolidação de seu reinado como no seu declínio. Os discursos dentro da narrativa discorrem como se impor uns aos outros, uns agindo como imposição outros como defesa.