Cultivo da microalga Dunaliella tertiolecta Butcher para fins de geração de biocombustíveis e de biorremediação

Abstract

Com o avanço tecnológico mundial, torna-se imprescindível a busca por fontes de energia sustentáveis de modo a suprir a demanda energética e a exploração desenfreada dos recursos naturais. Nesse contexto, surgem as microalgas como alternativas para a produção de biocombustíveis devido à sua alta taxa de crescimento celular, produção de biomassa, de sobreviverem em ambientes extremos e de promoverem biorremediação e o sequestro de CO2. Dentre as espécies de microalgas existentes, a Dunaliella tertiolecta BUTCHER se destaca devido à sua elevada produtividade lipídica e de biomassa. Com o intuito de definir as condições que melhor favorecem seu desenvolvimento e uma maior produção de biomassa, é importante analisar os parâmetros que influenciam no seu crescimento. No presente estudo, foram realizados cultivos da D. tertiolecta em meio sintético F/2 com pH variando de 5,5 a 9,5, fornecimento de luz variando de 6h a 24h e proporção de efluente de reator tipo UASB no meio de cultura variando de 25 a 100%. Verificou-se que a condição mais favorável para o cultivo da respectiva microalga visando à produção de biocombustíveis foi em pH 7,28 e 12h de luz, que resultaram em maiores produtividades, com 0,107833 g.L^-1 .d^-1 , além de apresentar resultados satisfatórios de velocidade específica máxima e tempo de geração e por serem mais viáveis economicamente. Em relação aos cultivos com efluente de reator UASB, a microalga desenvolveu-se melhor no cultivo cuja proporção de efluente de reator tipo UASB no meio de cultura foi de 25%, apresentando melhores resultados cinéticos e a maior remoção de DQO (40,23%), revelando que, quanto maior era a proporção do efluente no meio de cultura, menos ela se desenvolvia. Além disso, foram realizadas análises estatísticas de Matriz de Correlação e Análise em Componentes Principais (ACP), percebendo-se que os parâmetros apresentaram correlações consideráveis, indicando a importância de se ter um bom planejamento experimental de modo a otimizar seu desenvolvimento.