O século XXI e as novas demandas à clínica psicanalítica atual

Abstract

A modernidade enquanto construção social reformula as relações entre os indivíduos alterando, dessa forma, a organização da sociedade. Consequentemente o sujeito inscrito na contemporaneidade reflete em suas nuances a liquidez da modernidade teorizada por Bauman (2000). Através da presente revisão bibliográfica foi possível elencar considerações sobre os marcos de transformações na sociedade atual, bem como apontar as consequências desse novo modelo social nas relações dos sujeitos nela inseridos. As transformações sociais, marcadas em cada recorte conjuntural histórico, afetam e modificam o humano numa dialética constante entre modificar e ser modificado pelo contexto ao qual está inserido. Com a globalização, novas tecnologias foram inseridas no contexto individual de cada sujeito, resultando na criação do modelo virtual de ser. Através do diálogo entre a teoria desenvolvida inicialmente por Sigmund Freud e a releitura de Jacques Lacan sobre essa teoria, leia-se a primeira e segunda clínica lacaniana, foi possível trabalhar questões pertinentes a compreensão dessas novas formatações sociais, bem como dos sintomas oriundos dela. Assumindo que o homem do século XXI difere em muitos pontos daquele que Freud trouxe a luz ao criar a psicanálise, faz-se necessário refletir acerca do fazer clínico da psicanálise atual. É sob essa ótica que este trabalho aponta algumas colocações acerca da psicanalise enquanto clínica e também o fato de que aquele que se propõe a comprometer-se com a ética psicanalítica, deverá buscar constante atualização acerca das angustias contemporâneas.