Investigação de interações farmacodinâmicas potenciais em pacientes internados em um hospital universitário

Abstract

Introdução: nas unidades hospitalares, frequentemente são utilizadas a polifarmácia, caracterizada pela utilização de múltiplos medicamentos por um único paciente, trazendo como consequência interações medicamentosas (IM). As mesmas podem ser classificadas como interações medicamentosas potenciais (IMP), que são definidas pela possibilidade de ocorrência entre fármacos, através da utilização de bases de dados. Objetivo: identificar o perfil das interações medicamentosas potenciais farmacodinâmicas (IMPd) em pacientes internados no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC). Método: trata-se de estudo com delineamento transversal, retrospectivo, com objetivo analítico e abordagem quantitativa dos dados. A população (n=369) foi composta pelos prontuários de todos os pacientes que estiveram internados na Unidade de Terapia Intensiva adulto (UTIa) e Clínica Médica (CM) nos meses de março a maio de 2017, e, dentre os prontuários nesta análise, 346 pacientes apresentavam IMPd. As IM foram avaliadas por meio do Micromedex®, os resultados foram tabulados em Excel 2007 e a análise estatística realizada por meio do software estatístico R (R CORE TEAM, 2017), realizando a correlação de Spearman. Resultados: entre os prontuários de 346 pacientes avaliados, foram encontradas 5.942 IM diferentes (2.545 UTIa e 3.397 CM). Essas IM foram majoritariamente graves, estando com documentação boa na CM e regular na UTI, e obtendo como tempo de ação não especificado segundo a base de dados. Dentre as IM mais prevalentes das duas alas encontram-se: dipirona x enoxaparina, dipirona x AAS e dipirona x furosemida, e fentanil x midazolam, que ocorre com uma alta frequência na UTIa, apresentando relevada importância. Conclusão: diante da alta prevalência de IMPd nas alas estudadas, é importante executar medidas preventivas, com participação de uma equipe multidisciplinar, visando minimizar que IM ocorram, reduzindo custos para o Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo uma melhor qualidade de vida para os pacientes.