Burnout: Síndrome do esgotamento profissional em docentes da educação básica com trabalho remoto durante a pandemia da Covid-19

Abstract

Com o advento da pandemia da Covid-19 e o rápido crescimento do número de infectados pelo vírus SARS-CoV2, todos os países do mundo precisaram tomar medidas restritivas com isolamento e distanciamento social a fim de conter sua disseminação. Como forma de retorno parcial das atividades, muitas empresas adotaram o trabalho remoto como alternativa. Nas escolas, os professores passaram a ministrar aulas de suas próprias casas e precisaram dividir o trabalho com as atividades domésticas, em meio às interrupções familiares e com jornada de trabalho mais exaustivas. A preocupação voltada exclusivamente ao momento pandêmico passou a ser debatida por diversos profissionais da área de saúde, incluindo a saúde física e mental das pessoas, que com as novas rotinas, passaram a ter maiores cargas de ansiedade e estresse. Nesse sentido, este trabalho busca identificar a incidência da síndrome de burnout em docentes da educação básica de uma escola privada de Campina Grande-PB, no contexto do trabalho remoto em decorrência da pandemia da Covid-19. Através método de pesquisa de abordagem quantitativa, foi utilizado um questionário com variáveis sociodemográficas para a coleta do perfil da amostra, bem como o instrumento Maslach Burnout Inventory – MBI, versão ES, elaborado pelas psicólogas Maslach e Jackson (1978). Os resultados encontrados apontam uma baixa incidência da síndrome de burnout nos profissionais que participaram do estudo. A dimensão exaustão emocional foi a que trouxe resultados mais próximos à burnout (30,63%), o que pode estar atrelado ao fato das mudanças impostas devido ao contexto de pandemia da Covid-19. No entanto as dimensões despersonalização e baixa realização pessoal no trabalho despontaram médias com baixa tendência ao acometimento da síndrome (10,30% e 6,06%, respectivamente), mostrando que a maioria desses profissionais possuem boa autoestima e conseguem compreender as demandas de suas funções de forma a desempenhá-las bem. Não obstante, indica-se observância periódica dos níveis de estresse, ansiedade e demais fatores que contribuam para a manifestação da síndrome de burnout, de forma a garantir o bem estar físico e mental dos seus colaboradores.