Condição pós-COVID-19 em indivíduos não hospitalizados do município de Cabaceiras-PB

Abstract

As manifestações clínicas desenvolvidas por pacientes diagnosticados com COVID-19 no período de incubação do vírus SARS-CoV-2 podem não ser a única sintomatologia desencadeada pela doença. Estudos recentes mostram um número crescente de indivíduos que desenvolveram sintomas após a recuperação da fase aguda. O perfil e as características dessas queixas clínicas ainda permanecem incertos e com evidências científicas escassas. Delinear as condições dessas pessoas torna-se necessária para se obter uma compreensão mais completa das repercussões provocadas pelo vírus SARS-CoV-2 a longo prazo, o que é essencial para a elaboração de estratégias de saúde pública, assim como, tomadas de decisões clínicas. O objetivo deste estudo foi identificar o surgimento de sintomas após 14 dias do diagnóstico positivo para a COVID-19, em indivíduos que tiveram casos assintomáticos, leves e moderados, e que não precisaram de assistência hospitalar. Trata-se de um estudo do tipo observacional de caráter exploratório com análise quanti-qualitativa e descritiva realizada de forma virtual por meio de questionário on-line divulgado na cidade de Cabaceiras-PB. A amostra casual foi composta de 132 pessoas diagnosticadas com COVID-19, assintomáticas ou que apresentaram sintomas leves ou moderados, e não necessitaram de hospitalização, de todos os sexos, a partir de 18 anos, residentes da cidade de Cabaceiras-PB. Este estudo identificou a condição pós-COVID-19 na maioria dos participantes o que demonstra que indivíduos assintomáticos, com quadros leve e/ou moderado da doença podem ter a saúde afetada pelo vírus SARS-CoV-2 por um longo período de tempo. Os sintomas mais comuns foram alteração na memória, no humor e na atenção, ansiedade, dores nas articulações, queda de cabelo, e principalmente a fadiga, sendo a sequela mais relatada entre os participantes. Ressalta-se a importância de pesquisas para o entendimento da evolução dos sintomas e do acompanhamento clínico de pacientes, assim como a importância de políticas públicas e fortalecimento do SUS para que profissionais de saúde consigam diagnosticar, acolher seus pacientes e dispor da melhor abordagem terapêutica.