Prevalência e características das sequelas respiratórias e cardiovasculares na síndrome pós covid-19: uma revisão de escopo

Abstract

INTRODUÇÃO: A COVID-19 trata-se de uma síndrome respiratória aguda que causou uma grande escala de morbidade e mortalidade manifestando-se com uma variedade de apresentações clínicas capazes de causar alterações no sistema cardiorrespiratório que perduram mesmo após a fase aguda da doença. OBJETIVO: Identificar a prevalência e quais as sequelas cardiovasculares e respiratórias pós COVID-19 descritas na literatura. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo revisão de escopo onde realizou-se uma avaliação qualitativa e quantitativa de variáveis dos estudos incluídos. Para a construção da estratégia de busca foram utilizados termos que fazem referência ao acrônimo PICO em que os tópicos intervenção e comparações não foram utilizados. Para as buscas as seguintes bases de dados foram: PubMed, Medline, CINAHL, SciELO e LILACS. RESULTADOS: A seleção dos estudos foi realizada entre outubro e novembro de 2021 e rendeu um total de 4127, foram perdidos 29 deles na passagem de artigos das bases de dados para o gerenciador de referências mendeley e 34 eram duplicatas. Após a etapa de leitura de títulos e resumos houve a exclusão de 3477 estudos.580 artigos foram eleitos para leitura na íntegra; onde 545 foram excluídos. Trinta e cinco (35) estudos atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos no estudo. Os principais achados mostram fadiga, dispnéia e tosse como sequelas mais prevalentes do sistema respiratório e palpitação como sequela mais prevalente do sistema cardiovascular. CONCLUSÃO: Após a infecção aguda por COVID-19, os pacientes podem apresentar comprometimento funcional sintomático demonstrado nesse estudo através das sequelas do sistema respiratório: dispnéia e tosse. E do sistema cardiovascular, sendo a palpitação. O alto impacto dos sintomas persistentes nas atividades de vida diária e na qualidade de vida ressaltam a necessidade de uma avaliação multidisciplinar que inclua testes funcionais e cardiopulmonares a curto e longo prazo. O acompanhamento sistemático deve ser realizado independentemente da idade, comorbidades ou gravidade da doença, e pensado de forma a traçar um plano de tratamento para a reabilitação cardiorrespiratória desses pacientes.