Orlan - corpo (de)formado: a arte como invenção singular diante do real

Abstract

Este trabalho visa mediante uma pesquisa documental e bibliográfica abordar pela ética da psicanálise, essencialmente a lacaniana, implicações e possibilidades da arte contemporânea, de saídas criadas pelos sujeitos diante do real. Considerando-se a relação dos falasseres com o Outro social nos deparamos com uma diversidade de sintomatologias que encarnam no corpo o inominável real, assim como inúmeras formas singulares de ser sujeito. Diante do discurso do mestre se produz atualmente uma relação cada vez mais caótica e fragmentada com o corpo e a linguagem, uma relação por meio do corte na carne, no qual os sujeitos se metamorfoseiam através da ciência e do capitalismo. Assim, neste artigo trabalhamos a arte como possibilidade de ser sujeito em meio ao empuxo de mais-de-gozar mortífero, através da aproximação de conceitos psicanalíticos e da obra de Orlan, artista performática francesa, que por meio de performances cirúrgicas marca sua carne via uma inconsistência com o corpo, arranjando-se a partir de uma arte não-bela, em meio a angústia marcada no corpo, em meio ao mal-estar social.