"Dance se souber": uma análise do ensino da dança a partir dos tutoriais do TikTok

Abstract

A dança surge a partir da necessidade de socialização, com função de comunicação, pois, antes de falar, o homem se expressava através da dança, por meio de lutas, rituais e cultos a entidades, espíritos e deuses. Dançar é o resultado de movimentos do corpo, sejam eles planejados, improvisados ou coreografados e que carregam significados individuais e coletivos de quem dança. O aplicativo TikTok ganha visibilidade no ano de 2020, no período de isolamento social causado pela pandemia de COVID-19, com conteúdos variados em sua plataforma, que recebe grande destaque com as tendências de desafio de dança. Dentro desta tendência, existem algumas possibilidades para o ensino da dança no meio digital, como os tutoriais por meio de símbolos. Por isso, esta pesquisa busca esclarecer como se dá um dos processos de ensino de coreografias existentes nas novas interações digitais por meio da dança. Tem como objetivo analisar a forma do ensino de coreografias por meio de símbolos (emojis) presentes nos vídeos de tutoriais de dança do aplicativo TikTok, bem como, refletir acerca das novas formas de interação digital por meio da dança e suas implicações. Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi feita uma busca e seleção de dois vídeos na hashtag "tutorial dance", utilizando como critério de seleção, vídeos de músicas nacionais em contas de usuários brasileiros. Para análise de dados, o conteúdo desses vídeos foi dividido em quadros e classificados em: Símbolo, Correspondência Símbolo-Movimento, Descrição do Movimento Realizado. Em um segundo momento, foram analisadas as movimentações, a partir da teoria dos fatores de movimento de LABAN (1978). O estudo aponta que a produção contínua de vídeos de dança na plataforma aumenta o engajamento e a visibilidade de produtores de conteúdo e isso pode incentivar o ensino da dança no aplicativo, pois, a reprodução e a participação dos desafios de dança podem ser vistas como uma forma de inclusão dos usuários ao meio, mesmo esses métodos de reprodução de coreografias não estimulem processos criativos ou a autonomia dos usuários.