Correlação entre número de passos e variabilidade de frequência cardíaca por meio de dispositivos vestíveis em idosos comunitários

Abstract

Introdução: O envelhecimento gera alterações fisiológicas que contribuem para o aumento da morbidade; em virtude disso essa população necessita de maior suporte e acompanhamento da saúde. Os dispositivos vestíveis vêm se tronando um aliado da saúde e dos profissionais de saúde, pois conseguem acompanhar os usuários de forma remota e contínua captando informações sobre diversas variáveis. A análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é importante pois fornece informações sobre a saúde cardiovascular, função do sistema nervoso autônomo e bem-estar geral; além disso, outro aspecto importante também avaliado nesses dispositivos é a quantidade de passos que pode predizer declínios funcionais. Objetivo: analisar qual a correlação entre a quantidade de passos dados e a VFC em idosos a partir de dados captados por dispositivos vestíveis. Métodos: estudo observacional transversal com abordagem quantitativa , composto por indivíduos com faixa etária a partir de 60 anos que fizeram a utilização de um smartband para captação de dados de saúde por 7 dias e cinta cardíaca para aferição da VFC.Oss resultados obtidos foram apresentados por meio de estatística descritiva, utilizando frequência e distribuição para as variáveis categóricas e média e desvio padrão para as variáveis numéricas, a avaliação da correlação entre número de passos, idade e as variáveis da VFC foi feita utilizando o teste de correlação de Pearson. Para todas as análises foi considerado um p<0.05 como estatisticamente significativo em um intervalo de confiança (IC) de 95%. Resultados: De 68 idosos incluídos no estudo 60,3% (n=41) são do sexo masculino e 39,7 % (n=27) do sexo feminino. Não foi identificada associação entre a quantidade de passos dados e os índices de VFC na população estudada. Ao correlacionar idade e quantidade de passos, foi encontrado uma correlação significativa negativa que mostra que quanto maior a idade, menor o número de passos dados. Em relação às variáveis SDNN, RMSSD e pNN50 houve uma correlação significativa e positiva, o que pode refletir o estilo de vida que esse idosos construíram ao longo do tempo e boa adaptação do SNA. Quando realizado a correlação entre grupos, os idosos que deram mais passos apresentaram maiores médias de índices da VFC (SDNN, RMSSD, índice SDNN) com diferença significativa do grupo que deu média de passos menor. Conclusão: Os resultados encontrados são importantes por evidenciarem a importância dessas tecnologias em questão. Os dados obtidos podem nortear novos trabalhos e também colaborar com profissionais de saúde na condução de trabalhos/terapias com idosos. O uso dos dispositivos pode contribuir para o estímulo a uma vida mais ativa, o que melhora a funcionalidade e qualidade de vida como um todo.