Associação entre passos diários e Síndrome da Fragilidade em idosos comunitários

Abstract

A fragilidade é uma síndrome biológica caracterizada pelo aumento da vulnerabilidade causada pelo declínio da reserva fisiológica e redução da capacidade de resposta a estressores endógenos e exógenos. O rastreamento do nível de atividade física pode ser considerado um método preventivo do estado de fragilidade. Uma das formas da detecção objetiva de atividade física com o uso de dispositivos vestíveis é através do número de passos. Contudo, poucos estudos abordam uma possível associação entre a síndrome da fragilidade e a variável número de passos. O objetivo desse trabalho foi investigar a associação entre número de passos e fragilidade em idosos comunitários. Trata-se de uma pesquisa do tipo observacional transversal, com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por indivíduos cadastrados no Centro de Convivência da Pessoa Idosa, pelo método de amostragem não probabilística por conveniência. Foram incluídos indivíduos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos e que aceitaram participar da pesquisa. Foram excluídos idosos que apresentaram comprometimento cognitivo grave, definido pela Prova Cognitiva de Leganés Os indivíduos foram informados a respeito da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme a Resolução CNS 466/12. Esse projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (CAAE:51155321.0.0000.5187). Para rastreio da síndrome da fragilidade, foram utilizados os Critérios de Fried, que são: perda de peso não intencional; fraqueza, medida pela baixa força de preensão manual exaustão autorreferida; lentidão pela velocidade de caminhada reduzida e baixo nível de atividade física. Enquanto que, com a finalidade de realizar a contagem dos passos, foram utilizados os dispositivos vestíveis da marca Fitbit durante 7 dias, desconsiderado os dados do primeiro dia, pois apresentou-se uma distorção destes valores. Com o fim de investigar a associação entre número de passos e fragilidade, foi utilizado o teste T de Student e o teste d de Cohen para mensuração do tamanho do efeito. A amostra final foi composta por 46 idosos, sendo 10 frágeis e 36 não-frágeis. Nos resultados, foi observada uma associação estatisticamente significativa entre a média de passos por dia e a fragilidade (p= 0,009), e o tamanho do efeito dessa associação foi considerado alto (p= 0,9932). Portanto, os resultados obtidos indicam que a medida objetiva de atividade física através da contagem de passos tem o potencial de detecção da fragilidade, o que colabora para a prevenção e tratamento dessa síndrome, e consequentemente contribui na redução da demanda de idosos frágeis nos serviços de saúde.