Avaliação do conhecimento de cirurgiões-dentistas de municípios do agreste paraibano sobre desordens com potencial de malignização e câncer bucal

Abstract

O câncer de boca é a sexta neoplasia maligna mais comum no mundo. Presente em mais de 90% dos casos, o carcinoma de células escamosas pode ser precedido por várias desordens com potencial de malignização (DPMs). Este trabalho teve como finalidade avaliar o conhecimento dos cirurgiões-dentistas (CDs) de municípios do agreste paraibano, atuantes nas Unidades Básicas de Saúde e Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), com relação às DPMs e o câncer bucal. O estudo foi de corte transversal e natureza observacional, com abordagem indutiva. Para coleta de dados, o questionário conteve perguntas objetivas. Os dados foram tabulados e analisados por estatística descritiva e inferencial, por meio dos testes Qui-quadrado de Pearson e Exato Fisher (p>0,05). No total, a amostra foi composta por 31 CDs. O tabaco e a exposição solar foram considerados como fator de risco por 100% dos CDs. No entanto, a maior parte respondeu que o sexo oral (51,6%) e o baixo consumo de frutas e vegetais não é um fator de risco (83,9%), enquanto aspectos como hereditariedade e utilização de próteses mal adaptadas foram destacados pela maioria dos CDs. Sobre a DPM mais frequente, 74,2% responderam leucoplasia, seguido de pênfigo vulgar e eritroplasia (ambos 9,7). A maior parte dos CDs que consideraram úlcera indolor como aspecto mais comum em pacientes com câncer de boca em estágio inicial, possuía pós-graduação, sendo essa associação significativa e o aspecto mais encontrado, porém responderam prótese mal adaptada (como fator de risco). Os dados do presente estudo demonstraram lacunas no conhecimento acerca, sobretudo, dos fatores de risco do câncer bucal e das DPMs mais frequentes, o que ressalta a necessidade de capacitação e/ou educação continuada dos CDs que trabalham na atenção básica e nos Centros de Especialidades odontológicas (CEOs) dos municípios, pois só assim, será possível diagnosticar precocemente as DPMs e o câncer bucal, mudando o atual cenário epidemiológico dessa doença.