Imunização por BCG e o adoecimento por tuberculose, período 2002 - 2021, paraíba - brasil.

Abstract

Objetivo: Apresentar uma relação temporal entre a imunização por BCG e o adoecimento por tuberculose, no período compreendido entre os anos de 2002 e 2021, no estado da Paraíba, Brasil. Métodos: Estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa. A população do estudo foi composta por todos os casos de tuberculose notificados e todas as doses aplicadas da vacina BCG no período compreendido entre 2002 e 2021 no estado da Paraíba. Foram incluídos todos os indivíduos vacinados pela BCG no estado, bem como os pacientes diagnosticados e tratados por tuberculose nos Serviços de Saúde do estado da Paraíba. Os dados foram coletados por meio do banco de dados do TabNet disponibilizado pelo DATASUS, sendo digitados em planilhas do Software Excel 2013 para construção do banco de dados, e trabalhados, posteriormente, estatisticamente com auxílio do software R version 4.2.1. Resultados: Verificou-se uma maior prevalência de doses aplicadas de BCG na população prioritária (<4 anos) em 2005 e na população ≥ 4 anos de idade, em 2003, ambas apresentaram menor prevalência em 2021. Quanto ao acometimento por tuberculose no período em estudo, o perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico foi indivíduos do sexo masculino, com faixa etária entre 20 e 39 anos de idade, escolaridade de 1° a 4° série incompleta, e cor/etnia parda. Quanto ao tipo de entrada, prevaleceu caso novo, com forma clínica pulmonar e situação de encerramento por cura, com total de casos por coinfecção tuberculose e HIV/AIDS de 1.389. Ao longo dos anos, os casos de tuberculose pulmonar apresentaram um pico no ano de 2013. Quanto aos casos de tuberculose miliar, seu ápice foi no ano de 2018, e da tuberculose meningoencefálica, apresentou maior prevalência de casos em 2019, apesar da maior estabilidade. Ambas as formas graves não apresentaram nenhum registro em 2002, 2005 e 2006. No decorrer da redução da vacinação por BCG, os casos de tuberculose tem apresentado um aumento, o que endossa a preocupação, uma vez que a situação fomenta o risco de adoecimento por tuberculose nas crianças que não estão sendo imunizadas pela BCG. Conclusão: O estudo permitiu identificar o perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico dos indivíduos acometidos por tuberculose ao longo dos anos, bem como permitiu observar a trajetória da imunização por BCG em relação ao adoecimento por tuberculose durante os anos de 2002 e 2021 no estado da Paraíba, percebendo um aumento de casos de tuberculose e uma redução na taxa de imunização por BCG. Portanto, espera-se que diante dos resultados, possam aguçar a busca por conhecimento acerca da temática, proporcionando uma melhor compreensão tanto dos indivíduos, como dos profissionais de saúde, gerando uma melhor assistência, bem como espera-se contribuir para planejamento de estratégias por parte de profissionais e gestores de saúde, visando o alcance das metas estabelecidas para maior cobertura vacinal, além de melhor controle da tuberculose.