"Tanto faz viver ou morrer, eu estou disposta a enfrentar o que vier:'' a resistência feminina durante a ditadura civil-militar na Paraíba (1964-1985)

Abstract

São fortes os silenciamentos dos protagonismos das mulheres ao longo dos séculos, em que suas existências são ainda invisibilizadas e apagadas na história. A isto, refletindo na emergência de sinalizar as resistências femininas no período da Ditadura Civil-Militar (1964-1985) na Paraíba, período este marcado por repressão, violências e abusos aos corpos femininos, o objetivo deste trabalho constitui-se em discutir o papel fundamental das mulheres que enfrentaram o sistema opressor militar, confrontando as forças políticas através de suas vozes, sendo presente as determinações de Elizabeth Teixeira, ligada aos movimentos das Ligas Camponesas de Sapé-PB, como também de Maria de Lourdes Meira Cabral, militante presente no Cariri do estado paraibano. Deste modo, através de suas trajetórias de lutas, buscou-se analisar a clandestinidade como estratégia de sobrevivência no período. Entendemos que nessa tessitura as trocas de identidades, os refúgios em outras cidades para manterem suas existências vivas, mas também suas memórias, constituíram-se como estratégias importantes de resistência ao regime militar no estado. No mais, este trabalho buscou pôr os protagonismos das mulheres, suas lutas, suas táticas de resistência na visibilidade da história, quebrando os silêncios que tentam constantemente nos apagar.