Impactos da pandemia do Covid-19 na assistência oncológica em pacientes com neoplasias malignas de cabeça e pescoço do hospital da FAP Campina Grande-PB

Abstract

A pandemia do Covid foi responsável por grandes mudanças na comunidade mundial, sobretudo nos sistemas de saúde, segmento social mais impactado. Em relação aos pacientes oncológicos, destacou-se durante toda a pandemia que estes se enquadravam como grupo de risco. A imunossupressão e outros fatores que acometem esses pacientes os tornam mais frágeis que os demais quando infectados pelo SARS-CoV-2. A partir da repercussão de dúvidas acerca do tratamento oncológico durante esse período, as condutas reduziam consultas presenciais, períodos de internação e substituíam algumas medicações injetáveis por orais. A partir disto, a redução nos tratamentos regulares e contínuos em ambientes hospitalares atuou piorando o prognóstico dos pacientes. Desse modo, essa pesquisa teve como objetivo analisar os impactos da pandemia do Covid-19 na assistência oncológica de pacientes com neoplasias malignas de cabeça e pescoço, do hospital da FAP Campina Grande-PB, a partir de prontuários, comparando o período de março a agosto dos anos de 2019 e 2020. Foram avaliados todos os prontuários de pacientes que se encaixavam no estudo, totalizando 224 registros. Os dados foram coletados e a amostra foi caracterizada por meio do cálculo das frequências absolutas e relativas e da variação percentual durante o período estudado. Além disso, foram utilizados os valores médios, os desvios padrão, o teste t de Student e o teste Qui-quadrado de Pearson. Após análise observou-se uma redução de 6,89% nos atendimentos destinados aos pacientes do setor de cancerologia da unidade estudada, ao se comparar os seis primeiro meses da pandemia por COVID-19 com o mesmo período do ano anterior. Além disso, a pesquisa constatou variações nos principais tipos de tumores atendidos durante o período do levantamento, na localização dos tumores principais, nos tratamentos que foram interrompidos por abandono dos pacientes (apresentando aumento de 33,3%) e no número de óbitos (aumento de 44,4%).