Feiras, comércios populares e consumos nos espaços urbanos: um estudo sobre cidades pequenas na Região Geográfica Imediata de Guarabira/PB

Abstract

As feiras livres e mercados públicos instalados em Araçagi e Guarabira, no Estado da Paraíba, têm no espaço urbano hodierno um conjunto de problemáticas e possibilidades carentes da investigação geográfica. Para tanto, o presente trabalho reúne resultados de pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica com duração de vinte e quatro meses, nos espaços das feiras livres e mercados públicos das cidades de Araçagi e Guarabira, ambas localizadas na Região Geográfica Imediata de Guarabira. Através de leituras, foi aprofundado o arcabouço teórico que permeia as questões que envolvem comércios populares, feiras, mercados, sua gênese e desenvolvimento junto às cidades com especial ênfase as espacialidades mencionadas. Além disso, objetivou-se buscar estabelecer um panorama em relação às condições sanitárias e analisar as políticas públicas desenvolvidas nesses espaços, bem como, investigar a relação campo-cidade e entender as lógicas e dinâmicas entre feiras e supermercados. Metodologicamente, discutiu-se a composição de método, procedimentos metodológicos e recorte espaço-temporal. Sendo assim, as discussões têm como ponto de partida o materialismo histórico-dialético, cujas ferramentas para aquisição de dados e informações foram constituídas de questionários semiestruturados, revisão de bibliografia científica, registro fotográfico e tratamento cartográfico. As pesquisas ocorreram entre os anos de 2021 a 2023 nas feiras livres e mercados públicos das cidades de Araçagi e Guarabira, localizadas no Agreste do Estado da Paraíba. Dentro do conjunto das discussões destacam-se as questões que tratam das condições de higiene, as disputas do mercado local, a gênese dos dois municípios, questões estruturais e variedade de produtos e/ou serviços ofertados. Entre os principais resultados pode-se elencar os problemas estruturais, preocupação com a higiene, diminuição da clientela, redução do faturamento, drenagem pluvial e competição desigual entre feiras e supermercados. Os resultados apontam ainda para a baixa escolaridade dos vendedores e realização de atividades para complemento de renda. As principais conclusões permeiam a necessidade de reformas para os espaços estudados, aquisição de novos equipamentos, drenagem de águas pluviais e cuidados com os resíduos produzidos, além da necessidade da tomada de consciência em relação ao consumo responsável e importância da ampliação dos estudos voltados ao tema do comércio em cidades pequenas.