Pediculose em estudantes do ensino fundamental do município de Campina Grande (PB): o que os gestores relatam?

Abstract

A infestação por Pediculus humanus capitis De Geer, 1778 (piolho da cabeça), conhecida desde os tempos mais remotos, ainda hoje é considerada um problema de saúde pública em vários países do mundo. Em comunidades carentes no Brasil, as taxas de prevalência do piolho podem chegar a 40%, sendo que crianças em fase escolar, esse percentual pode ser ainda mais elevado. Os jovens, por passarem 1/3 de suas vidas na escola, são os mais suscetíveis. A pediculose desencadeia problemas de cunho econômico, emocional e social. Dessa forma, o estudo visa avaliar aspectos relacionados à pediculose entre estudantes do Ensino Fundamental de Campina Grande (PB) na visão dos gestores das escolas públicas de ensino. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário semiestruturado, com a predominância de perguntas fechadas. O link de acesso ao “Google Forms” foi encaminhado aos e-mails dos gestores, os quais foram disponibilizados pela Secretaria de Educação de Campina Grande, bem como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento. Houve a colaboração de 35 gestores de escolas (das 107 cadastradas), a maioria delas situadas na zona urbana (91,4%). Aproximadamente 87% dos gestores responderam que já houve caso de pediculose na sua gestão, identificado pelo encontro do próprio piolho (67,6%). A infestação foi maior no sexo feminino (100%), na faixa etária < 7 a ≥ 9 anos (62,2%) e no primeiro semestre letivo (59,5%). Na presença do ectoparasito, segundo os partícipes da pesquisa, o responsável é comunicado (91,9%). Mesmo após a adoção de medidas, a reinfestação é percebida em 61,8% dos casos. Por fim, constatou-se que a disponibilização de informações a respeito dos piolhos seria um recurso útil para controlar a pediculose nas escolas (100%), sendo palestra a mais indicada (83,3%). Dessa forma, o conhecimento gerado e apreendido pela comunidade escolar se estenderá para além do espaço escolar, se considerado que essa comunidade atuará como agente multiplicador perante à coletividade.