Os saberes e fazeres matemáticos presentes no trabalho de fabricantes de roupas da cidade de Santa Cruz do Capibaribe/PE.

Abstract

A Etnomatemática é um campo de estudo que busca entender como diferentes culturas e grupos étnicos concebem, utilizam e ensinam matemática. Ela reconhece que a matemática não é uma entidade universal e objetiva, mas sim influenciada pelas experiências culturais e sociais das pessoas. Apesar de sua importância na Educação Matemática, a Etnomatemática enfrenta desafios, especialmente devido às ideias preestabelecidas sobre o que é considerado matemático e como ela é tradicionalmente ensinada e aplicada. Sob esta perspectiva, esta pesquisa teve como objetivo investigar os saberes e fazeres matemáticos utilizados pelos fabricantes na confecção de roupas a partir da perspectiva da Etnomatemática. A abordagem metodológica utilizada foi de caráter qualitativa configurando-se como uma pesquisa de campo, pois os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas aplicadas a fabricantes do âmbito da confecção de roupas da cidade de Santa Cruz do Capibaribe – PE. Na análise dos dados tomamos como principal referência os pressupostos teóricos de D’Ambrósio entre outros autores que pesquisam nessa área. Ao analisar os dados, destacamos que os métodos matemáticos estão presentes no cotidiano dos participantes e que todos os seus conhecimentos relacionados a estes métodos foram adquiridos através das experiências vivenciadas na prática cotidiana. Portanto, isso nos leva a inferir que a forma como aprenderam a fazer Matemática está relacionada ao contexto cultural especifico do grupo ao qual estão inseridos. Evidenciamos que a Etnomatemática está relacionada nas práticas dos fabricantes, influenciando esses profissionais na obtenção de conhecimentos essenciais para a sua profissão. Diante do exposto, esse trabalho contribui para superar os desafios e promover uma reflexão aberta e inclusiva em relação à Matemática, regularizando e valorizando diferentes formas de conhecimento matemático presentes em diversas culturas. Isso envolve adaptar currículos, capacitar educadores e promover a acessibilidade da diversidade Matemática.