Implicações da fibromialgia na disfunção temporomandibular: uma revisão de literatura

Abstract

A Disfunção Temporomandibular (DTM) e a síndrome da Fibromialgia (FM) exibem uma convergência clínica notável, caracterizada pela evolução crônica, mecanismos de dor, sinais e sintomas, perfil psicossocial, estratégias de manejo e uma gênese multifatorial. Uma proporção clinicamente relevante de pacientes em tratamento para FM possui DTM e uma parcela dos pacientes portadores de DTM atende aos critérios diagnósticos para FM. O presente trabalho teve como objetivo analisar as implicações da FM na DTM e suas influências no manejo clínico desta condição. Este estudo, alicerçado em uma busca na plataforma SciSpace, sistema de inteligência artificial projetado para auxiliar pesquisadores na organização e análise da literatura científica, foi conduzido através do problema de pesquisa, traduzido do inglês, “Os sintomas da disfunção da articulação temporomandibular podem ser exacerbados pela Fibromialgia e, em caso afirmativo, quais são as implicações para o tratamento? Principais fatores que influenciam os resultados do tratamento?”. Um total de 16 artigos foram incluídos na presente revisão. Evidências indicam a FM como um fator de risco para persistência e gravidade da DTM. Pacientes que desenvolvem sintomas sistêmicos mais graves da FM possuem maior probabilidade de desenvolver sintomas mais graves e sustentados de DTM. Infere-se que existe uma relação comórbida entre DTM e FM. A coexistência dos quadros eleva o risco de desenvolvimento da condição primária, obstaculiza o diagnóstico adequado, induz um cenário clínico intrigante e potencialmente aumenta a resistência ao tratamento, reduzindo a possibilidade de remissão da condição. A abordagem terapêutica reside na necessidade crítica de combinação do nível de complexidade do manejo com a complexidade do paciente. A adoção de uma abordagem multimodal e interdisciplinar torna-se crucial.