Avaliação leucocitária e plaquetária, tempos de coagulação e sangria em indivíduos envenenados por serpentes em Campina Grande-PB

Abstract

Introdução: Os Acidentes ofídicos ocorrem em todo o mundo constituindo um problema de saúde pública negligenciado (KASTURIRATNE et al, 2008). No Brasil, os principais causadores de acidentes ofídicos são as serpentes pertencentes aos gêneros Bothrops, Crotalus, Micrurus, Lachesis, respectivamente considerados os mais importantes do ponto de vista médico (BRASIL, 2010). As peçonhas destas serpentes causam diversos danos ao ser humano KAMIGUTI et al.(1986). O objetivo do presente trabalho é avaliar os parâmetros hematológicos dos indivíduos envenenados por serpentes atendidos no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes-Campina Grande-PB. Material e métodos: Seringa, tubos de ensaio, papel filtro, anticoagulante, lanceta, cronômetro, homogeneizador, equipamento automatizado Counter 19, detergente, agente hemolisante, solução diluente e corante tipo Panótico rápido I, II e III, lâminas, microscópio óptico. Os parâmetros foram avaliados pelo método de Duke para obter o tempo de sangria (TS); o método de Lee-white para obter o tempo de Coagulação (TC); contagens de plaquetas e leucócitos foram feitas por meio de equipamento automatizado. Resultados: Foram analisados um total de doze acidentes ofídicos, onde 73% dos acidentes foram causados por serpentes do gênero Bothrops, 16% pelo Crotalus, e 11% do gênero Micrurus. De acordo com os resultados a maioria dos pacientes picados por serpentes do gênero Bothrops apresentaram alteração no tempo de coagulação e na contagem de leucócitos. Já os pacientes picados por serpentes do gênero Crotalus, apresentaram apenas a incoagulabilidade sanguínea. O paciente picado por serpente do gênero Micrurus apresentou alteração no número de leucócitos. Conclusão: As alterações hemostáticas são características laboratorialmente documentáveis nos acidentes ofídicos. Porém, novos estudos sobre os efeitos hematológicos do veneno ofídico em humanos causados por serpentes endêmicas da região da Paraíba, podem melhorar a terapêutica, diminuindo a reação imunológica através da produção de soroterapia mais específica e eficiente.