Representações da escravidão no Brasil oitocentista no conto "Pai contra mãe" de Machado de Assis

Abstract

O presente trabalho pretende estabelecer o diálogo da história com a literatura. Analisando o conto “Pai Contra Mãe” de Machado de Assis publicado em 1906 no livro: Relíquias de Casa Velha. Pesquisando na narrativa machadiana alguns aspectos da escravidão no Brasil oitocentista. Para tanto, utilizaremos do conceito de representação do historiador Roger Chartier e das reflexões teóricas de Carlo Ginzburg, Marc Bloch e Sandra Pesavento. Encaminhando uma análise da proximidade da narrativa histórica com a literária, refletindo os limites e as possibilidades da literatura enquanto fonte histórica. Para um estudo mais acurado do texto de Machado de Assis estabelecemos o diálogo com a crítica literária machadiana, dialogando com os críticos, Astrojildo Pereira, Roberto Schwarz e John Gledson e dos historiadores Sidney Chalhoub e Nicolau Sevcenko que utilizam da literatura machadiana enquanto fonte histórica. Para análise de Machado de Assis e a escravidão, utilizamos dos estudos dos críticos literários, David Brookshaw, Mário de Andrade e Eduardo de Assis Duarte. De forma que o conto “Pai Contra Mãe” é uma fonte histórica importante para se estudar alguns aspectos da escravidão urbana no Brasil, especificamente perceber aspectos da cidade negra na Corte, o Rio de Janeiro oitocentista.