Investigação dos efeitos da suplementação com ácido lipóico na função renal de hipertensos e/ou diabéticos

Abstract

Introdução: Indivíduos com hipertensão e/ou diabetes apresentam maior risco para doenças renais. E a presença de proteinúria reflete positivamente a instalação de modificações relevantes da função renal, decorrentes das lesões glomerulares. Acredita-se que o estresse oxidativo exerce papel relevante no desenvolvimento dessas lesões. O ácido lipóico (AL) tem se mostrado ser um antioxidante responsável pela redução da pressão arterial, proteinúria e pela melhoria na disfunção endotelial de pacientes hipertensos e diabéticos. Dessa forma, a suplementação com antioxidantes surge como estratégia promissora no controle dos fatores de risco associados à patologia. Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação com ácido lipóico nos marcadores da função renal de pacientes hipertensos com ou sem diabetes. Metodologia: Realizou-se estudo clínico randomizado, controlado e duplo-cego, no qual os pacientes foram divididos em dois grupos: AL, que recebeu 600 mg/dia deste em forma de cápsula, durante 12 semanas e Controle, que recebeu a mesma posologia de um placebo idêntico no tamanho, cor e consistência, durante o mesmo período. Foram avaliados dados sócio-demográficos e laboratoriais de 53 pacientes cadastrados no Programa Nacional de Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus – HIPERDIA do Ministério da Saúde, na unidade do Serviço Municipal de Saúde de Campina Grande – PB. Resultados: Dos pacientes estudados 71,7% pertenciam ao gênero feminino, 77,4% com idade 60 anos ou mais, 67,9% hipertensos. Os medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados foram o enalapril (30,19%) e a losartana (30,19%). A avaliação dos marcadores antes e após a suplementação mostram que não houve diferenças significativas com relação à avaliação da proteinúria, em ambos os grupos. No entanto, a avaliação intragrupo dos marcadores mostrou alteração estatisticamente significativa para creatinina em ambos e para ureia no grupo placebo (p=0,000). Em relação à avaliação intergrupo houve resultado estatisticamente significativo apenas para ureia (p=0,008). Esses resultados indicam que o AAL pode ter atuado diminuindo o estresse oxidativo, as condições inflamatórias e disfunção endotelial, tendo em vista a diminuição desses marcadores no sangue. Conclusão: Os resultados achados sugerem que possivelmente houve melhoria no fluxo renal decorrente da alteração dos marcadores, após a suplementação. Além disso, demonstram o controle eficaz das patologias já instaladas, sugerindo que a assitência farmacêutica prestada no serviço de saúde e a efetiva adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico, contribuíram de forma significativa para melhoria da qualidade de vida dos mesmos.