Oficinas terapêuticas de cuidado e escuta a mulheres mastectomizadas e assistidas em casa de apoio

Abstract

Considerado como um problema de saúde pública, o câncer é definido como um conjunto de mais de cem doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer é a ocorrência de 518.510 casos novos de câncer no Brasil para o ano de 2013, sendo o câncer de mama o tipo mais frequente de neoplasia e a principal causa de morte por câncer em mulheres de todo o mundo. Mesmo que necessária, a cirurgia de retirada da mama sempre acarreta sofrimento para as mulheres que se submetem. Este estudo se propôs a evidenciar o cuidado e a escuta a um grupo de mulheres mastectomizadas, buscando a promoção de saúde e a ressignificação de suas vivências e dificuldades pós-diagnóstico de câncer de mama, através de efetuação de quatro oficinas terapêuticas. A amostra foi composta por 18 mulheres mastectomizadas frequentadoras de uma casa de apoio a pacientes neoplásicos em Campina Grande. Os resultados apontam para o uso da fé e do apoio como suportes para o enfrentamento da doença. A resiliência também foi demonstrada como aspecto de superação das dificuldades relacionadas ao tratamento. No que diz respeito à retirada da mama observou-se que as mulheres mais velhas enfrentaram a mutilação com menos sofrimento. Algumas mulheres ressignificaram a vivência do câncer e o sofrimento causado por ele. As conclusões apontam para a importância do uso das oficinas enquanto método que proporciona a coletivização de experiências e a promoção de saúde.