Estudos culturais e educação: a identidade profissional do professor de língua portuguesa na contemporaneidade

Abstract

Tomando por base a questão da identidade pós-moderna que se encontra fragmentada, descentrada e contraditória, de acordo com Hall (2006), o presente estudo tem como objetivo analisar, de que modo foi construída/se constrói a identidade profissional do professor de língua portuguesa que atua na escola básica, na contemporaneidade. Tratou-se de uma investigação que se inscreveu no paradigma da pesquisa qualitativa, empregando como eixo metodológico o método autobiográfico – relatos construídos por 05 professores e 10 alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Odilon Nelson Dantas em Cuitegí/PB. O estudo apoiou-se teoricamente nos Estudos Culturais, mais precisamente pressupostos de Hall (2006), Bauman (1987), Silva (2011), Woodward (2011) sobre identidade cultural e diferença e nos Estudos Pedagógicos sobre identidade profissional e práticas escolares de SILVA (2004), CASTELLS (1999), BRZEZINSKI (2002), DUBAR (1997) e os saberes docentes TARDIF (2002), GAUTHEIR (1998) e outros. Os dados produzidos pelo estudo revelam que alguns professores ingressaram no magistério motivado por diferentes fatores. Para uns, de ordem pessoal e material e outros ingressaram na carreira docente por motivos subjetivos. No geral, não construíam um perfil identitário para, a partir deste, se inserir no magistério. A maioria oscila entre a antiga identidade de professor, o transmissor de conteúdos e as novas identidades docentes, a de facilitador, parceiro, construtor do conhecimento, um retrato da crise de identidade. Mas se mostram preocupado com a ressignificação do seu desenvolvimento profissional e valorizam os saberes construídos e reconstruídos no decorrer do processo de formação inicial e continuada. Já os alunos, vêem o professor de português como aquele que domina a gramática e os ensina a falar e escrever bem, enfim, um transmissor das regras gramaticais, ainda uma identidade fixa.