Concepções dos homens quanto às fragilidades masculinas

Abstract

Este estudo objetiva conhecer os discursos circulantes sobre as fragilidades masculinas, assim como, compreender os sentidos dessas fragilidades; compreender como as concepções de gênero influenciam o comportamento masculino ao lidar com suas fragilidades; entender as diversas maneiras pelas quais os homens registram e demonstram a dor emocional e investigar o comportamento masculino perante a busca de ajuda e/ou apoio psicológico. A metodologia em execução foi transversal, descritiva e analítica, com abordagem quantiqualitativa. O campo de investigação foi a cidade de Campina Grande/ Paraíba. A amostra foi composta por sujeitos do sexo masculino, na faixa etária de 18 a 30 anos (N=30). Os instrumentos foram um questionário sócio-demográfico e uma entrevista em profundidade. As análises qualitativas geraram seis categorias que mostraram que os homens mantêm valores tradicionais em relação à definição de ser homem, e assertivas como: o homem é sempre forte e a mulher é frágil; o homem ainda que tenha momentos de fragilidade deve escondê-la para não correr o risco de ser taxado de homossexual; evita pedir ajuda e compartilhar suas supostas fragilidades. Consideramos tais discursos impactantes porque se trata de uma amostra de jovens (média de idade 22,7) universitários, de quem se espera uma mentalidade mais moderna por pertencer a uma geração que tem testemunhado ‘grandes’ transformações sociais e pertencerem ao mundo universitário, que é o mundo da erudição. Registramos a existência de um paradoxo entre os discursos quando fazem uma crítica às amarras sociais que os mantêm presos a alguns valores e comportamentos mais tradicionais, no entanto, não conseguem avançar numa mudança de comportamento pelo medo de receber uma taxação que desmereça ou diminua a sua masculinidade.