Avaliação de fatores de risco ergonômicos e sintomas osteomusculares na atividade de artesãos da cidade de Campina Grande - PB

Abstract

A saúde do trabalhador vem sendo amplamente debatida visando a identificação e prevenção de doenças relacionadas ao trabalho, em especial as osteomusculares. Devido a atividade artesanal ainda não ser regulamentada no Brasil, os artesãos não podem ser resguardados por normas específicas para a proteção à saúde e segurança visto que não são assistidos pela Política de Atenção à Saúde do Trabalhador. O processo de produção de peças artesanais consiste na participação do trabalhador artesão em todas as suas fases, exigindo técnicas, posturas inadequadas e movimentos repetitivos que podem ocasionar diversos problemas incluindo fadiga e aparecimento de lesões musculoesqueléticas. Diante desse cenário, essa pesquisa teve como objetivo geral avaliar a presença de fatores de riscos ergonômicos, necessidade de descanso e sintomas osteomusculares na atividade de artesãos. Trata-se de um estudo de caráter transversal, descritivo e quantitativo realizado com artesãos cadastrados na Associação dos Artesãos Campinenses Tropeiros da Borborema (AACTB) na cidade de Campina Grande, Paraíba. Para a coleta de dados foram utilizados o Questionário de dados demográficos, a Escala de Necessidade de Esforço (ENEDE) e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares. Com os resultados dessa pesquisa, foi possível identificar que os artesãos avaliados estão expostos a riscos ergonômicos durante a execução de suas atividades. Quanto à necessidade de descanso, os dados sugerem baixo nível, provavelmente pelo fato da autonomia da amostra que os permite administrar seus horários de trabalho e descanso. No que se refere a ocorrência de sintomatologia osteomuscular dolorosa, foram apresentados sintomas de dor, desconforto ou dormência em todas as regiões corporais investigadas, sendo prevalente o acometimento da coluna vertebral. Conclui-se que os riscos ergonômicos observados e queixas de dor constatadas podem estar relacionadas a questões ergonômicas e falta de acesso dessa população a informações de condutas preventivas no posto de trabalho.