Ocorrência de infecções geniturinárias em gestantes atendidas no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), Campina Grande-PB

Abstract

Objetivos: Avaliar a ocorrência de infecções geniturinárias em gestantes atendidas no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), identificando a cobertura dos exames no prénatal, os agentes etiológicos e o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos. Metodologia: Estudo transversal e descritivo. Na primeira etapa foram analisados os prontuários de prénatal do ISEA do ano de 2009 (n=511). Na segunda etapa (outubro/2008 a maio/2009) 52 gestantes adolescentes, com idade gestacional ≥16 semanas, submeteram-se a exames de urina. Na terceira etapa (outubro/2009 a maio/2010) 40 gestantes, com idade gestacional ≥ 30 semanas, submeteram-se ao exame cultura de secreção vaginal. Os pais ou responsáveis assinaram o termo de compromisso. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UEPB. Resultados: Foram considerados válidos 411 prontuários, a média foi de 26 anos, procedentes de Campina Grande, com 1º grau incompleto, solteiras e domésticas. A cobertura dos exames de urina foi insatisfatória. Dentre as 52 uroculturas realizadas foram positivas 25%, sendo isolados: Escherichia coli (38%), Staphylococcus epidermidis (31%), Staphylococcus aureus (15%), Staphylococcus sp. (8%), Enterobacter sp. (8%). Segundo o perfil de sensibilidade bacteriana os antimicrobianos amoxicilina, ampicilina e tetraciclina foram os menos eficazes. Enquanto os antimicrobianos mais eficazes foram cefazolina, cefalotina e nitrofurantoína. No que se refere às culturas de secreção vaginal, os microorganismos mais isolados foram Escherichia coli (30%), Staphylococcus epidermidis (26%) e Staphylococcus aureus (21%). As cepas Gram positivas foram mais resistentes aos antimicrobianos ampicilina e penicilina G; e mais sensíveis a ciprofloxacina e vancomicina. Para as bactérias Gram negativas os antimicrobianos amoxacilina/ácido clavulânico, ampicilina e tetraciclina foram os menos eficazes; e amicacina, gentamicina e piperacilina/tazobactam os mais eficazes. Não houve isolamento de Streptococcus agalactiae. Conclusão: Concluí-se que deve ser revisto a relevância da cobertura dos exames de urina e secreção vaginal no atendimento pré-natal às gestantes de alto risco e o conhecimento do perfil de sensibilidade antimicrobiana da população local. Estudos que se proponham ao isolamento de Streptococcus agalactiae devem priorizar a dupla coleta: vaginal e anal.