Brincadeira sem inocência: Problematizando agenciamentos heteronormativos na arte de brincar

Abstract

Este trabalho é fruto da minha experiência de estágio psicoterapia ludoterápica em duas brinquedotecas do Hospital Geral CLIPSI, na cidade de Campina Grande – Paraíba, com crianças internas nas alas pediátricas e das provocações epistemológicas resultantes da minha participação no projeto de extensão e pesquisa “Todxs Juntxs Somos Fortes: enfrentando o racismo e a violência contra a mulher e LGBTTfobia no território da Borborema”. As interpelações que apresentam apontam como as construções de feminilidades e masculinidades começam desde cedo na vida de um indivíduo em nossa sociedade. Nesse processo, os brinquedos e as brincadeiras, os quais acompanham as crianças das mais variadas origens e camadas sociais, assumem uma posição central enquanto agentes da socialização. É com base nos estudos e vivências do grupo de pesquisa, das minhas implicações pessoais com o tema da brincadeira e da infância, da minha prática, dos relatos de experiências, dos diários de campos e da pesquisa etnográfica que problematizarei como o brincar atua no adestramento das condutas de gênero e como tal adestramento contribui para a criação de estratégias de controle historicamente instaladas no ocidente.