Estimativa do potencial de arraste de sedimentos e as principais características morfométricas do alto curso do rio Mamanguape

Abstract

A erosão dos solos é um dos mais sérios problemas ambientais que ocorrem em diversas partes do Brasil e do Mundo. À medida que o manejo do solo, nas diversas atividades humanas, elimina a cobertura vegetal, a superfície fica mais exposta à ação da erosão e, consequentemente, influencia o desprendimento e arraste das partículas do solo pela água da chuva. Diante disto, quantificar a produção de sedimentos é de extrema importância para avaliar as consequências das ações antrópicas. Neste contexto, houve a necessidade de estimar o potencial de arraste de sedimentos em duas parcelas experimentais unitárias, ambas situadas no Sítio Velho, Areia - PB, e estabelecer as principais características morfométricas do alto curso do rio Mamanguape, sendo essas determinações os objetivos principais deste trabalho. Duas parcelas experimentais de 1 m2, sendo uma com vegetação nativa e outra sem vegetação, foram delimitadas com folhas de PVC semi-enterradas no solo a 5 cm de profundidade. Foram aplicados volumes de 10, 20, 30 40 e 50 litros de água, usando-se um regador, em intervalos de 30 minutos. Antes e após cada aplicação era medido o teor de umidade do solo e a massa de sedimentos carreada. As análises lineares, areal e hipsométrica permitiram determinar as principais características morfométricas no alto curso do Rio Mamanguape. Verificou-se que não houve escoamento superficial, com a aplicação de uma lâmina de 10 mm/30 min, as perdas de água e solo foram sempre maiores na parcela sem vegetação, e o teor de umidade do solo na parcela com vegetação foi 1,3 vezes maior que na parcela sem vegetação e a parcela sem vegetação produziu 10,3 vezes mais sedimentos que a com vegetação nativa. O tempo de escoamento superficial na parcela sem vegetação foi, em média, 7,1 vezes mais rápido que o da parcela com vegetação. O alto curso do rio Mamanguape tem poucas ramificações, a amplitude altimétrica é de 645 metros e o relevo no trecho compreendido entre os municípios de Areia e Alagoa Grande é montanhoso e escarpado. Os modelos de regressão permitem estimar, com precisão, o arraste de sedimento e o início de escoamento.