Condição de saúde bucal do idoso brasileiro: Uma revisão de literatura

Abstract

Desde o final do século XX o Brasil vem passando por uma transição demográfica, com aumento acentuado da população acima dos 60 anos. Esse aumento da expectativa de vida contribui para o aparecimento das doenças típicas do envelhecimento, com envolvimento do sistema estomatognático, havendo, portanto, uma maior necessidade de cuidados e tratamento odontológico voltado para essa população. Este trabalho objetiva descrever a condição de saúde bucal do idoso brasileiro; enfatizando a qualidade de vida desse idoso, bem como, o grau de conhecimento dos mesmos no que diz respeito à higiene e manutenção da saúde bucal; através de uma revisão de literatura a respeito do tema. Foi realizada uma busca de artigos científicos publicados nos últimos cinco anos (2012 – 2016) na Biblioteca Virtual em Saúde que contempla as bases de dados da MEDLINE, LILACS, WHOLIS, REPIDISCA, LIS, MEDCARIB, IBECS, PAHO, SES-SP, COLECIONA-SUS. Foram incluídos somente os trabalhos escritos em português e inglês, referentes a estudos desenvolvidos no Brasil. Identificou-se como questão problema desta revisão a condição de saúde bucal do idoso brasileiro mediante os achados na literatura. Foram utilizados no estudo um total de 9 artigos, sendo 1/3 publicado em 2013. De acordo com os estudos revisados a incidência das cáries de raiz (em cemento), causadas pela recessão é maior em idosos, bem como a estrutura das fibras periodontais se torna mais irregular, permitindo que ocorra a infiltração bacteriana do ligamento periodontal; o edentulismo foi frequente na maioria da população idosa (53,7%); maior nas mulheres, nos de renda e escolaridade mais baixa e não variou segundo a cor da pele. As glândulas salivares em idosos perdem cerca de 30 a 40% da sua capacidade funcional. Conclui-se que a deficiência de higienização e de ações efetivas de promoção de saúde bucal (educação em saúde) para a população idosa pode favorecer o surgimento da cárie e da doença periodontal, contribuindo para as perdas dentárias; que os idosos com escolaridade e renda mais baixos são mais susceptíveis ao edentulismo; e que há uma maior necessidade de tratamento odontológico voltado para essa população, devido às patologias oriundas do próprio envelhecimento.