"Era anjo demais, todo dia um": adoecer e morrer na vila de Borborema - PB (1951-1960)

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso tem por objetivo analisar as causas das doenças e das mortes na Vila de Borborema/PB durante a década de 1950. Para tanto, buscamos investigar os fatores que influenciaram o alto índice da mortalidade infantil, bem como a ocorrência da endemia da bouba. As doenças refletiam as condições de vida, como também, a qualidade de recursos disponíveis para o cuidado da saúde. As questões de higiene, o cuidado médico, a vida rural, a pobreza e o fator climático são tópicos de grande relevância para discursão desta temática. Comenta-se a questão do imaginário popular nordestino brejeiro acerca do padecimento dos corpos e da morte, considerando o contexto histórico cultural da região e sua religiosidade. Metodologicamente, realizamos uma investigação nos livros de óbitos, realizada no Cartório do Município, como também a análise da Cartilha da Bouba em circulação desde o ano de 1956, além dos relatos orais. Para guiar a pesquisa, nos debruçamos sobre as leituras de Michel Foucault (1979), Peter Burke (1992), Alarcon Agra do Ó (2006) e Azemar dos Santos Soares Junior (2015). Esses autores contribuíram para entendermos conceitos como medicina e poder, histórias cultural, higiene e doença na Paraíba. Conclui-se que os altos índices de mortalidade infantil dava-se devido as doenças do frio, a ausência de médicos e a falta de uma educação sanitária; além do aparecimento da endemia da bouba que obrigou a Vila de Borborema a construir seu primeiro hospital e orientar higienicamente a população. Palavras-chave: Mortalidade infantil, bouba, endemia.