Características sócio demográficas e vulnerabilidade da mulher em situação de rua em contrair IST/AIDS

Abstract

A população em situação de rua é um grupo vulnerável a doenças. É constituído majorita- riamente por homens, porém, também, por uma parcela significativa de mulheres, as quais enfrentam situações que corroboram para o advento de infecções. Diante desta rea- lidade se questionou: Que relação existe entre a mulher estar em situação de rua e adqui- rir infecções sexualmente transmissíveis? Objetivou-se compreender a relação entre a condição de vida das mulheres em situação de rua e a exposição à IST/AIDS. Trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa realizado no período de novembro de 2017 a março de 2018. Os sujeitos do estudo foram mulheres em situação de rua da cidade de Campina Grande- PB. Dentre elas, participaram aquelas que atenderam os se- guintes critérios: idade igual ou superior a 18 anos, em situação de rua há mais de 3 me- ses ou que tenham sido relocadas para casas de acolhida, e que atualmente residam na cidade do estudo. A coleta foi realizada nas ruas (centro da cidade, em um bairro e nas mediações da feira central) e em duas casas de acolhida: Associação do Apostolado da Divina Misericórdia e Casa de Acolhida Zuleide Porto. Para coletar os dados nas casas de acolhida, foram agendados data e horário para a visita e aplicação do questionário, de acordo com a disponibilidade das instituições, já os encontros nas ruas foram esporádicos devido a transitoriedade dos sujeitos. Para coleta de dados foram utilizados gravador e questionário, posteriormente foram dadas informações educativas junto a estas mulheres para elucidação de dúvidas. Na análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, da qual surgiram quatro grandes categorias: Fatores influenciadores, saúde da mulher, compreensão sobre as IST/ AIDS e auto- avaliação. No que diz respeito aos resultados obtidos, observou-se fatores interligados que favorecem o adoecimento das mulheres em situação de rua, muitas vezes agravados pelas questões de gênero e políticas públicas inespecíficas e ineficazes. Portanto, se faz necessário uma maior atuação dos poderes públicos, assim como, uma melhor assistência de enfermagem, através do cuida- do responsável e humanizado, mas também de maneira indireta, mediante realização de mais estudos voltadas a essa temática.