A ancestralidade em "Os Nove Pentes D'África" de Cidinhada Silva

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo tecer uma análise de como o tema da ancestralidade está presente na obra “Os nove pentes d’África” de Cidinha da Silva. Ao mesmo tempo discute a importância da inserção da obra nos meios acadêmicos/bibliotecas escolares, colaborando para a construção de identidade de crianças negras. Trata-se de uma análise de cunho bibliográfico e interpretativo no que diz respeito à ancestralidade presente na obra, destacando o importante papel da mesma no contexto das leituras escolares, à luz do que pontua a lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da cultura africana e afro-brasileira nas escolas públicas e privadas. Para este estudo, lançamos mão dos pressupostos teóricos apontados por Araújo (2019), Nogueira (2008), Jovino (2006), Abreu (2010), Proença (2004), Silva (2010), Mariosa; Reis (2011), Munanga (2011), entre outros. A partir da análise, verificamos como a ancestralidade contribui de forma positiva para a ressignificação das raízes identitárias africanas, contribuindo para a formação da identidade de crianças negras, assim como para o ensinamento sobre a diversidade e o respeito pelo outro. A ancestralidade faz parte da memória e história do indivíduo, sendo também o legado dos antepassados. Pela ancestralidade, a literatura afro-brasileira pontua visibilidade ao negro, antes representado na literatura pelas marcas do processo de escravidão. Na contemporaneidade, autores contemporâneos, dentre eles Cidinha da Silva, representam o negro quebrando e rompendo preconceitos.