"Espelho, espelho meu": a desconstrução de estereótipos na obra o mundo no Black Power de Tayó, de Kiusam de Oliveira

Abstract

Resumo - O processo de colonização submeteu os corpos e as mentes da população autóctone a situações degradantes. Se a (des) colonização propiciou a libertação física, a (re) colonização foi uma estratégia utilizada para persistir subalternizando as mentes, sobretudo, do povo negro, oprimido, também, social e culturalmente. Nesse cenário, crianças costumam renegar a afrodescendência, a fim de se sentirem inseridas na racista sociedade brasileira. Desse modo, a escola e, especificamente, a Educação Infantil se constitui um espaço propício para a abordagem de temáticas que possibilitem a desconstrução de estereótipos e a autoafirmação étnico-racial. Por isso, objetivamos, por meio de uma pesquisa bibliográfica, verificar como a literatura infantil, nomeadamente, a obra O mundo no black power de Tayó, de Kiusam de Oliveira, abordada segundo a perspectiva da literatura afro-brasileira, pode contribuir com a desconstrução de estereótipos relacionados aos fios crespos, os quais são irrestritos a estética, pois representam uma identidade coletiva e evocam resistência, autoafirmação e empoderamento, conquistados em lutas políticas em prol da igualdade de direitos, pois o ato de soltar os cabelos é simbólico, uma vez que representa a libertação integral do ser negro.