Perfil clínico e epidemiológico das intoxicações medicamentosas notificadas pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox/CG)

Abstract

Os medicamentos são caracterizados como os principais agentes causadores de intoxicações em humanos na população brasileira de acordo com as estatísticas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), encontrando-se dessa forma em primeiro lugar seguido das Drogas de Abuso. Intoxicação pode ser definida como um conjunto de efeitos adversos causadas por um agente químico que devido a sua interação com os sistemas biológicos, desencadeia desequilíbrio no organismo ou um estado patológico, no qual são revelados clinicamente através do conjunto de sinais e sintomas tóxicos além de determinadas síndromes tóxicas. As notificações acerca dos casos de intoxicações medicamentosas são atendidas pelo CIATox e encaminhadas ao SINAN, onde este fica responsável por reunir todos os dados de intoxicações que ocorreram no país e disponibilizar em sua plataforma, de forma a garantir transparência e acesso à informação gratuita a toda população. Dessa forma o presente trabalho objetivou-se analisar os dados clínicos e epidemiológicos referentes aos casos de intoxicações medicamentosas apresentados pelos pacientes atendidos pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campina Grande no período de Janeiro a Dezembro do ano 2019. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo com abordagem quantitativa. Para isso, realizou-se uma pesquisa de dados através das fichas do Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN), analisando as variáveis relativas ao paciente, ao agente tóxico assim como ao evento tóxico, abrangendo assim a clínica e a epidemiologia das Intoxicações. Constatou-se que se trata de uma eventualidade com predomínio do gênero feminino (74,43%), com baixo nível de escolaridade. A circunstância prevalente foi tentativa de suicídio (83,5%), seguida das classes anticonvulsivantes (29,03%) e antidepressivos (13,91%). Os benzodiazepínicos como o Clonazepam (21,99%), Alprazolam (6,01%) e Diazepam (6,01%) foram os fármacos mais envolvidos nos eventos tóxicos. A evolução da maioria dos casos foi a cura (87,32%), sendo relatado três óbitos.