Análise das intoxicações agudas e acidentes por animais peçonhentos: Um estudo a partir da toxicovigilância

Abstract

O presente estudo buscou traçar um perfil epidemiológico de todos os casos atendidos pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campina Grande (CIATox-CG) entre os anos de 2005 e 2017. Tratou-se de um estudo transversal, retrospectivo, com abordagem quantitativa dos dados referentes a todos os 21.855 casos de intoxicação aguda e acidentes por animais peçonhentos, notificados pelo CIATox-CG. Os bancos de dados, Tabelas e Gráficos foram construídos através de planilhas elaboradas no Microsoft Office Excel 2013. A regressão logística foi realizada no software “The R Project for Statistical Computing” Versão 3.6.1. Os principais grupos de agentes tóxicos envolvidos foram os escorpiões, ofídicos, medicamentos, himenópteros e agrotóxicos. A maioria dos casos ocorreu no gênero feminino, na faixa etária adulta, com indivíduos residentes na zona urbana. As principais circunstâncias foram acidental, tentativa de suicídio, uso terapêutico, automedicação e abuso. Todas as variáveis analisadas na regressão logística apresentaram associação estatística e indicaram que os agrotóxicos e tentativas de suicídio têm maiores chances de evoluir para o óbito do que as intoxicações com medicamentos e de circunstância acidental. Os acidentes ofídicos possuem mais chances de ocorrerem no gênero masculino, na faixa etária de 19 a 49 anos e de evoluírem para um quadro grave do que os acidentes escorpiônicos. Embora já existam estratégias que buscam um maior controle e diminuição desses agravos, o número dos casos notificados ainda é alarmante, o que suscita a necessidade de Políticas Públicas mais eficazes para o seu controle.