O trabalho no transporte público metropolitano: um estudo sobre vulnerabilidade laboral e desgaste da saúde do motorista de ônibus pós-pandemia

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo: i) promover uma análise sobre o desgaste da saúde do motorista metropolitano numa cidade de médio porte no nordeste no que diz respeito às condições de trabalho e sofrimento durante e após a pandemia de COVID-19; ii) analisar o desgaste mental a partir do modelo teórico do desgaste mental e das condições de trabalho; iii) verificar se/como a concessão pública (acesso ao transporte) e a saúde do trabalhador foram amparadas pela lei nesse período. O método usado na pesquisa foi coleta de campo através de entrevistas semiestruturadas com os motoristas. O referencial teórico usado para a análise dos resultados foram autores da Psicologia do Trabalho, quais sejam: SATO, L. (2002), DEJOURS, C. (1994), SELIGMANN-SILVA, E. (1994). Como resultados obtidos, tivemos que o levantamento realizado confirma o desgaste mental do trabalhador como fator que prejudica o profissional e o desenvolvimento do trabalho realizado. Em relação ao trabalho do motorista na pandemia comparado ao período anterior, evidencia que o transporte público foi diretamente atingido pela pandemia com aparente prejuízo em relação ao serviço a ser prestado à população. Do mesmo modo, a atividade envolveu sofrimento psíquico (medo de morrer/ contágio da doença) além de questões pertinentes ao desemprego. Por outro lado, a atuação do sindicato frente às demandas evitaram demissões e prestou apoio as necessidades de subsistência que garantem dignidade ao trabalhador.