História e cinema: o arquétipo da mulher nordestina em “A hora da estrela” (1985) e “Madame Satã” (2002)

Abstract

O objetivo desta pesquisa é refletir sobre os arquetípicos da mulher nordestina através dos filmes A Hora da Estrela (1985) e Madame Satã (2002). Nessa perspectiva, algumas questões serão problematizadas: baseado no contexto sociopolítico do país, são analisados os períodos em que a produção fílmica passa por transformações sob as influências do Cinema Novo e do Cinema de Retomada, junto às suas políticas de incentivo ao audiovisual. Em seguida, com base nas personagens interpretadas por Marcélia Cartaxo: Macabéa e Laurita, serão refletidos os distanciamentos e similaridades das narrativas apresentadas nas obras, assim, mapeando quais os estereótipos constituem a figura da mulher nordestina no imaginário social. Por fim, são colocados os desdobramentos do machismo e xenofobia que atravessam Marcélia Cartaxo em sua vivência enquanto atriz. Metodologicamente, o cinema pode ser pensado enquanto um agente histórico de luta e (re)existência das coletividades marginalizadas, tomando essas existências não apenas fixadas no lugar da subalternidade, mas reafirmando as pluralidades e complexidades dos sujeitos. Este trabalho se encontra vinculado a Linha de Pesquisa da História Cultural, portanto, tais reflexões encontram-se amparadas pelos seguintes referenciais teóricos: Barros (2011); Ferro (1992); Pesavento (2003); Gatti (2007); Albuquerque Jr (2011).