De Margarida a Marielle: mulheres, ancestralidade e resistência em Alagoa Grande-PB

Abstract

Este artigo tem como objetivo evidenciar o meu encontro com duas mulheres negras: Margarida Maria Alves e Marielle Franco. Mediante uma análise minuciosa, sou guiada pelas memórias dessas valentes defensoras dos direitos humanos, as quais ainda nos inspiram na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. Em particular, a discussão do presente estudo é fomentada a partir da perspectiva do protagonismo feminino no tecido social que precisa ser cultivado, conforme abordado por Grada Kilomba (2019), Susel da Rosa (2024), Conceição Evaristo (2007), Dayane Sobreira (2022), entre outros nomes. Essa análise revela que, apesar da histórica invisibilidade de mulheres negras neste país, é essencial ecoar as vozes e as trajetórias dessas corajosas mulheres que desafiaram sistemas e figuras influentes da política regional, mesmo que o preço dessa resistência tenha sido as suas próprias vidas. Contudo, isso nos incita a enxergar que as mulheres negras devem continuar a ocupar espaços decisórios, pois nem as balas ou as armas foram capazes de fazer cessar a luta delas.