Biointemperismo microbiano de rejeitos de xisto: potencial de fertilização de solos e sustentabilidade no semiárido

Abstract

A Província Pegmatítica da Borborema (PPB), localizada no semiárido dos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, apresenta uma geologia rica em recursos minerais de valiosa importância econômica para região. Durante a atividade de mineração de rochas ornamentais nessa região são gerados resíduos que apresentam potencial para liberação de nutrientes. Entretanto, a baixa solubilidade de minerais presentes nesses materiais representa um desafio ao aproveitamento agrícola na região. O objetivo desse estudo foi avaliar a viabilidade do biointemperismo microbiano para aumentar a disponibilidade de potássio (K⁺) e fósforo (P) de rochas xistosas da PPB. O experimento foi conduzido no Laboratório de Fitopatologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Os microrganismos utilizados foram Aspergillus sp. e Pseudomonas sp. Foram avaliados os seguintes tratamentos: (i) Xisto + água (X + A); (ii) Xisto + meio de cultura (X + MC); (iii) X + MC + Pseudomonas sp. (X+MC+B); (iv) X + MC + Aspergillus sp. (X+MC+F); (v) X + MC + Pseudomonas sp. + Aspergillus sp. Os minerais foram identificados por Difratometria de Raio X (DRX). Os principais minerais identificados foram quartzo, mica, ortoclásio e plagioclásio. Os tratamentos com os microrganismos não promoveram a solubilização de K⁺ (p < 0,05) e de P (p > 0,05). O teor de Na⁺ foi elevado nos tratamentos com Pseudomonas sp., o que levanta a necessidade de monitoramento para evitar efeitos adversos como a salinização do solo. Apesar disso, o biointemperismo microbiano apresenta potencial promissor para aproveitamento dos rejeitos, com ajustes necessários nos protocolos para maximizar a liberação de nutrientes essenciais. Este estudo reforça a possibilidade de reutilizar rejeitos minerais de forma sustentável, contribuindo para a fertilidade do solo e a redução do passivo ambiental no semiárido brasileiro.