Qualidade de vida de mães de crianças diagnosticadas com o transtorno do espectro autista

Abstract

O termo "mãe atípica" refere-se a mães que têm filhos com necessidades educacionais especiais, especificamente aqueles com diagnóstico de transtorno do espectro do autismo (TEA). Estas mães enfrentam frequentemente a realidade angustiante do estigma e do julgamento por parte dos outros, exacerbando ainda mais os desafios que enfrentam na sociedade. Consequentemente, este artigo busca fornecer um panorama dos assuntos abordados na literatura científica dos últimos quatro anos (2020-2024) sobre a qualidade de vida vivenciada por mães atípicas em quatro importantes bibliotecas virtuais. Para atingir esse objetivo, foi realizada uma revisão integrativa da literatura abrangente para facilitar um discurso mais extenso. Para a realização desta pesquisa foi realizada uma busca minuciosa no Portal de Periódicos da CAPES e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores especificados e operadores booleanos “Saúde Mental” AND “Qualidade de Vida” AND “Transtorno do Espectro do Autismo”. Apenas artigos no idioma português foram filtrados para inclusão no estudo. A busca minuciosa nos quatro portais rendeu um total de 164 artigos, dos quais foram excluídos textos repetitivos, não relacionados ao tema do estudo, bem como monografias, dissertações e teses. Os critérios de inclusão focaram em artigos que abordassem especificamente a qualidade de vida de mães de crianças com TEA, resultando na seleção de 14 artigos. A análise revelou quatro categorias temáticas: Importância da rede social de apoio a mães de crianças com TEA, A repercussão do TEA na vida profissional e social dessas mães, Importância da rede social de apoio a mães de crianças com TEA, Qualidade de vida. Após um exame cuidadoso, torna-se evidente que um obstáculo notável encontrado pelas mães que não se conformam com as normas sociais é o esforço contínuo para gerir eficazmente vários papéis e obrigações. Além das responsabilidades habituais associadas ao cuidado dos filhos, as mães atípicas frequentemente encontram-se navegando em múltiplos papéis femininos, abrangendo cuidadora, defensora, educadora e provedora. Este ato de equilíbrio pode ser esmagador porque requer muito tempo, energia e investimento emocional das mães. É também evidente que a pressão para cumprir estes diferentes papéis pode levar à perda de tempo pessoal, de oportunidades de autocuidado e de desenvolvimento profissional, o que acaba por afetar a qualidade de vida das mães atípicas.