Avaliação dos sintomas relacionados ao assoalho pélvico em bailarinas: um estudo transversal

Abstract

Introdução: O ballet clássico é uma atividade de alto impacto, que envolve muita técnica e disciplina. Os movimentos que o constituem requerem força, flexibilidade, grandes amplitudes de movimento articular, agilidade, precisão e um bom trabalho de CORE. Uma consequência frequente da prática de ballet por um tempo considerável é o desenvolvimento de uma frouxidão ligamentar e articular adquirida, por fatores extrínsecos e não genéticos. Atualmente, ainda pouco se sabe sobre o impacto da prática de ballet na musculatura do assoalho pélvico (MAP) das mulheres bailarinas e se há relação entre essa prática e a predisposição para o desenvolvimento de disfunções da MAP. Objetivo: Avaliar os sintomas relativos ao assoalho pélvico em mulheres praticantes de ballet clássico. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal caráter exploratório, quantitativo de indivíduos do sexo feminino entre 18 e 35 anos que praticam ballet clássico por três anos ou mais e realizam pelo menos 2h de treino semanal. A coleta de dados será através de um questionário semi estruturado na plataforma online Google Forms englobando indivíduos de escolas de dança no Brasil e obeteve uma amostra não probabilística aleatória com alcance de 106 indivíduos. Para a análise estatística, foi utilizado o SPSS, teste t não pareado e teste qui-quadrado. Os dados obtidos forão organizados e analisados através da estatística descritiva e inferencial, e análise de discurso, e dispostos em gráficos e tabelas utilizando os modelos do Microsoft Office Excel®, versão 2017. Resultados: A idade média das participantes foi de 22 anos e foi necessário organizar a amostra de acordo com as características da sua prática de dança e assim dividiu-se em três grupos. O estudo permitiu constatar que 30,65% mulheres praticantes de ballet clássico possuem algum quadro de UI, nas quais 23,8% perdem uma vez por semana ou menos e 31,7% relataram perder pouca quantidade. Discussão: Contudo, a população do grupo 2 (bailarinas iniciantes e que praticam menor carga horária de dança semanal) 34,48 % relatam a IU, enquanto no grupo 1 (bailarinas avançadas), apenas 30,65% relatam a IU. Dessa forma, não foi possível estabelecer uma relação proporcional entre carga horária de prática de ballet e perda urinária. Conclusão: A presente pesquisa conseguiu responder seus objetivos, demonstrando que o grupo 1 e 2 das mulheres bailarinas apresentam mais disfunções pélvicas, mais especificamente a IU, relacionadas à prática de ballet clássico do que o grupo 3, que não pratica ballet. Ademais, após análise e interpretação dos presentes dados, percebe-se a necessidade de novos estudos específicos e mais aprofundados que englobam bailarinas e sintomas e disfunções relativas ao assoalho pélvico devido à escassez de pesquisas com essa temática