Gestão da assistência farmacêutica voltada ao acondicionamento e ao descarte correto dos medicamentos

Abstract

Os medicamentos desempenham papel importante no restabelecimento da saúde e, por isso, são frequentemente armazenados em domicílios como parte de farmácias caseiras. No entanto, o armazenamento inadequado pode comprometer a qualidade físico-química dos medicamentos, tornando-os ineficazes ou até prejudiciais à saúde. Assim, o acúmulo de medicamentos, a expiração do prazo de validade e o descarte inapropriado dessas substâncias tornam-se práticas comuns em nosso meio. Este estudo teve como objetivo promover a gestão da assistência farmacêutica por meio de orientações sobre o acondicionamento e o descarte correto de medicamentos. Tratou-se de uma pesquisa observacional, transversal e quantitativa, com abordagem descritiva, realizada na UBS Bonald Filho, em Campina Grande-PB. A análise dos dados foi realizada com o software Statistics, versão 7.0. A maioria dos participantes revelou idade correspondente a 80-89 anos (36%; n=18), pertenciam ao gênero feminino (72%; n=36), apresentavam baixa escolaridade, eram inativos (84%; n=42), sobreviviam com uma renda de dois salários mínimos (50%; n=25), residiam com familiares (90%; n=45), não registraram nenhum tipo de limitação (52%; n=26) e eram portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (62%; n=31). A existência da farmácia caseira foi revelada por (42%; n=21) dos participantes. Quanto ao acondicionamento, (52%; n=26) guardavam os medicamentos na cozinha, (36%; n=18) no quarto e (12%; n=6) na sala. Também citaram que os medicamentos adquiridos eram para uma possível urgência que pudesse acontecer no domicílio. Quando abordado com relação ao descarte, todos os participantes (100%; n=50) disseram que faziam em vasos sanitários, pias ou lixos domésticos. O farmacêutico, como profissional envolvido nas ações da assistência farmacêutica relacionadas às atividades técnico-gerenciais e/ou clínico-assistenciais, deve incluir em suas responsabilidades a preocupação com a eficácia do medicamento, o uso racional e também garantir o final do ciclo de vida do medicamento, buscando tanto a segurança do paciente quanto a do meio ambiente. Portanto, a gestão de saúde responsável pela Atenção Primária à Saúde no município deve incentivar atividades de educação continuada para melhor orientar os usuários e implantar pontos de coleta para garantir o descarte correto dos medicamentos.