Avaliação do uso de psicofármacos por acadêmicos da área de saúde

Abstract

Os psicofármacos são medicamentos que agem no Sistema Nervoso Central, produzindo alterações fisiológicas, podendo levar à dependência em alguns casos. Este estudo teve por objetivo avaliar o uso de medicamentos psicotrópicos por universitários da área de saúde. Tratou-se de um estudo observacional, descritivo, prospectivo e transversal de natureza quantitativa, realizado na Universidade Estadual da Paraíba, Campus I, em Campina Grande-PB, no período de agosto a novembro de 2024. Foram incluídos estudantes do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, que tinham idade igual ou superior a 18 anos. Para avaliação dos dados utilizou-se a estatística descritiva e todas as análises foram realizadas com o auxílio do software Statistics versão 7.0. Foram abordados 527 alunos, no entanto, compuseram a amostra 75 por serem usuários de psicofármacos e dentre eles os discentes de Psicologia e Biologia foram os que tiveram maior participação. O público feminino foi maioria 51 (68%) e a faixa etária compreendida entre 18-25 anos 69 (92%), foi a de destaque. Os principais transtornos mentais relatados corresponderam a ansiedade 35 (47%), depressão 12 (16%) e em associação 13 (17%). Com relação ao número de psicofármacos, 45 (60%) alunos relataram usar apenas 1 medicamento, mas 30 (40%) faziam uso de mais de um item, 33 (44%) dos alunos iniciaram o tratamento farmacológico após o início da graduação e a automedicação foi praticada por 6 (8%). Avaliamos também os resultados do tratamento farmacológico e 53 (71%) discentes revelaram resultados positivos, enquanto que 59 (79%) efeitos indesejáveis ou colaterais. A classe de antidepressivos foi a mais utilizada, sendo a preferência pelos Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina, representados principalmente por sertralina 20 (27%), fluoxetina 12 (16%) e o escitalopran 10 (13%), seguido pelos Antidepressivos Tricíclicos. O clonazepam da classe dos benzodiazepínicos, obteve o maior destaque 11 (15%), seguido por alprazolam 5 (7%) e bromazepam 1 (1%). Os resultados reforçaram a necessidade de atenção à saúde mental dos acadêmicos para prevenir dependências e minimizar os impactos negativos do uso prolongado de psicofármacos.