Destruição ou preservação do eu? reflexões sobre a violência autoinfligida a partir da perspectiva centrada na pessoa

Abstract

A violência autoinfligida, autoprovocada ou autodestrutiva envolve comportamentos e pensamentos que de maneira intencional, ou não, afligem, prejudicam e acometem a saúde e até mesmo a vida de um indivíduo. Esse fenômeno não se limita apenas ao suicídio, mas se evidencia de outras formas como as que serão foco deste estudo: tentativa suicida, suicídio consumado, automutilação e autolesão. O objetivo desse trabalho foi refletirsobre o fenômeno da violência autoinfligida e suas distintas manifestações, construindo possíveis conexões entre esse tema e a constituição de um posicionamento à luz da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), bem como, trazer reflexões sobre a política de saúde e de prevenção à violência autoinfligida vigente no Brasil. Para alcançar esse objetivo realizou-se uma pesquisa bibliográfica do tipo narrativa, descritiva e exploratória. Foram selecionados 12 materiais, que possuem relações entre a ACP e a violência autoinfligida, e a análise destes foi conduzida por meio das seguintes questões: como a violência autoinfligida é compreendida a partir da percepção centrada na pessoa; quais são os conceitos mais utilizados pelos autores para essa compreensão; e, quais intervenções são direcionadas às pessoas que se autoviolentam. Diante do trabalho produzido, constata-se que os objetivos foram alcançados e que este estudo apresenta contribuições nas áreas interessadas nesta temática, com destaque para a importância de atitudes e posturas acolhedoras e atentas aos contextos relacionais, sociais, políticos e econômicos que interagem com quem se autoviolenta. Portanto, considerando que a ausência de garantia de direitos humanos básicos compromete a saúde mental, evidencia-se a importância da Psicologia e o dever do Estado de assegurá-los, bem como, o aprimoramento e o desenvolvimento de políticas, serviços e programas de prevenção.