Cooperação Sul-Sul Brasil e China rumo à transição energética

Abstract

Este trabalho analisa a intensificação da cooperação bilateral entre Brasil e China no campo da energia e do meio ambiente, com foco na sua inserção no contexto da diplomacia climática internacional. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, baseada na análise bibliográfica e documental de fontes primárias e secundárias, como declarações oficiais, acordos multilaterais e literatura acadêmica especializada. Foram utilizados documentos do grupo BASIC, relatórios da UNFCCC, bases de dados internacionais como o World Bank e estudos do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e da IRENA ( Agência Internacional de Energia Renovável) para compor a análise. Para além utiliza -se, como referencial teórico, a teoria da dependência e a teoria pós-colonial, com o intuito de compreender as assimetrias estruturais da parceria e os desafios enfrentados pelos países do Sul Global na promoção de um desenvolvimento sustentável autônomo. Os resultados indicam que, entre 2009 e 2015, a cooperação Brasil–China consolidou-se como uma estratégia relevante de fortalecimento do multilateralismo climático, envolvendo projetos conjuntos de desenvolvimento sustentável, intercâmbio de tecnologias renováveis e coordenação diplomática em fóruns internacionais. Evidencia-se que, apesar dos avanços na promoção de energias limpas e no fortalecimento da posição do Sul Global, desafios persistem na efetivação de uma transição energética plena, notadamente em razão do aumento das emissões chinesas e da fragilidade ambiental brasileira. O estudo conclui que a parceria sino-brasileira representa uma alternativa significativa ao modelo tradicional de desenvolvimento, consolidando o papel de potências emergentes na construção de soluções globais para a crise climática.